Bachelard, o Pensamento e a Vida

Autores

  • Fernando Machado

DOI:

https://doi.org/10.31416/cacto.v1i2.267

Palavras-chave:

Vida; Pensamento; Duração; Tempo.

Resumo

O objetivo do presente artigo é elaborar uma cuidadosa leitura da interpretação que, na década de 1930, Gaston Bachelard promove do pensamento de Henri Bergson, com ênfase em dois de seus escritos: A intuição do instante e A dialética da duração. A hipótese central que desenvolveremos aqui é a de que a leitura bachelardiana do bergsonismo se funda sobre o conceito de vida, a partir do qual o filósofo aspira estabelecer certa distância teórica em relação à metafísica bergsoniana, a saber, via um idealismo que perpassa toda sua reflexão. Esperamos, com isto, além de contribuir tanto para a fortuna crítica da obra destes dois grandes pensadores, também apresentar o cerne das perspectivas filosóficas que eles legam à história da filosofia francesa contemporânea, considerando suas respectivas colaborações para o debate a respeito do problema tradicional do tempo e da vida.

Referências

BACHELARD, G. A dialética da duração. Tradução Marcelo Coelho. 2.ed. São Paulo: Ática,1994.

BACHELARD. A intuição do instante. Tradução Antonio de P. Danesi. 2.ed. Campinas: Verus, 2010.

BACHELRD. La continuité e la multiplicité temporelles. Société française de philosophie, Paris,abr. 1937.

BARBOSA, E; BULCÃO, M. Bachelard: pedagogia da razão, pedagogia da imaginação. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

BERGSON, H. A Intuição Filosófica - Col. Os Pensadores. Tradução Franklin Leopoldo Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 55-68.

BERGSON. Ensaio sobre os dados imediatos da consciência. Tradução João da Silva Gama. Lisboa: 70, 2011.

BERGSON. Matéria e memória. Tradução Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

BULCÃO. M. (Org). Bachelard: razão e imaginação. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2005.

CANGUILHEM, G. O conhecimento da vida. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 2012.

CANGUILHEM. Sur une épistémologie concordataire. Paris: [s.n], 1979. p. 130-137.

CARIOU, M. Bergson et Bachelard. Paris: PUF, 1995.

CUNHA. R. S. O essencial sobre a ritmanálise. Lisboa: INCM, 2012.

DELEUZE, G. A Concepção da Diferença em Bergson. A ilha deserta. São Paulo: Iluminuras, 2006.

DELEUZE. Bergson, 1859-1941. A ilha deserta. São Paulo: Iluminuras, 2006.

DELEUZE. O Bergsonismo. Tradução Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: 34, 1994.

LECOURT, D. Bachelard ou le jour et la nuit. Paris: Grasset, 1974.

LECOURT. L'épistémologie historique de Gaston Bachelard. Paris: Vrin, 1978.

NOÜY, L. Le temps et la vie. Paris: Gallimard. 1936.

ROBINET, A. Rythme et durée. In: M. Gandillac; H. Gouhier; R. Poirier e C. Peyrou (Org).Bachelard: Colloque de Cerisy. Paris: Union générale d’éditions, 1974. p. 317- 330.

VIEILLARD-BARON, J-L. Compreender Bergson. Tradução Mariana de Almeida Campos. Petrópolis: Vozes, 2007.

WORMS, F. A concepção bergsoniana do tempo. Dois Pontos, Curitiba, v. 1, n. 1, 2004, p.128-149. 2004.

WORMS. La philosophie en France au XX siècle: moments. Paris: Gallimard, 2009.

WORMS. La rupture de Bachelard avec Bergson comme point d’unité de la philosophie du xx siècle en France. In: Fréderic Worms e J-J Wunenburger (Org). Bachelard e Bergson: continuité et descontinuité?. Paris: PUF, 2008. p. 39-52.

WORMS, F; WUNENBURGER, J-J. Bachelard & Bergson, continuité et discontinuité. Paris: PUF, 2008.

Downloads

Publicado

2021-09-02

Edição

Seção

Artigos Transdisciplinares (Fluxo Contínuo)