O Corpo Feminino:

Prazeres, encontros e (re)descobertas

Autores

  • Thiago Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.31416/cacto.v1i1.265

Palavras-chave:

Clarice Lispector, Antipatriarcal, Corpo feminino

Resumo

Nos modos de produção que têm o Patriarcado como uma de suas forças motoras, o corpo feminino é transfigurado em propriedade privada dos Senhores para que possa reproduzir em si mesmo esta propriedade, ora oferecendo herdeiros ao marido, ora oferecendo trabalhadores para serem explorados na moeda social das relações de poder. Neste sentido, reconquistar seu corpo feminino para si mesma não só se configura como uma passagem de libertação do sujeito mulher, como também representa um ato rebelde e revolucionário, pois nega ao Patriarcado o seu sangue: a exploração da vida feminina. Nesta esteira, podemos pensar nos escritos femininos que se voltam ao cuidado de si e a (re)descoberta destes corpos em todas as suas dimensionalidades, sobremaneira nos “mistérios gozosos”, como a escrita da libertação dos grilhões e dos açoites da submissão e exploração. Por este prisma, Clarice Lispector como autora muitas vezes voltada ao subjetivo e à consciência feminina, mas, principalmente às sensações humanas e aos gloriosos momentos de epifania, mostra-se ímpar na sua aventura estilística e prática autoral.

Referências

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Publicado

2021-08-28

Edição

Seção

Artigos Transdisciplinares (Fluxo Contínuo)