O Corpo fora da fronteira
DOI:
https://doi.org/10.31416/cacto.v1i1.252Palavras-chave:
Corpo, Fronteira, Cultura, Trânsito, Personagem femininaResumo
Este trabalho busca problematizar a relação entre corpo e espaço/fronteira no que concerne à construção da personagem Amina do romance Amrik (2011), de Ana Miranda. A autora produz um romance histórico pautado no trânsito como marca textual central e, desse modo, provoca um deslocamento no que se refere à representatividade do discurso literário e as vozes tradicionalmente autorizadas nesse, ao dar voz a uma personagem feminina deslocada, que ilustra uma possibilidade alternativa da vivência de um corpo atravessado por questões sociais, culturais e de gênero. A partir das contribuições teóricas, especialmente, de AGIER (2015), BUTLER (2001), GROSZ (2000), ALMEIDA (2015) e HALL (2015), propomos uma leitura que possa colaborar com os debates que compreendem o corpo que cruza fronteiras no que se refere às relações marcadas (também) pelo gênero, ressignificando, no trânsito, a voz de uma protagonista mulher em movimento, numa narrativa em primeira pessoa que tem potencial de resistência, como ilustraremos em Amrik.
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