Pode a Participação Protagônica na Escola Concretizar o Habitus da Cidadania Ativa?
DOI :
https://doi.org/10.31416/cacto.v3i2.735Mots-clés :
Direitos infantoadolescentes, Protagonismo, Participação estudantil, Habitus de cidadaniaRésumé
Por quase toda a história, crianças e adolescentes foram silenciados e a estes omitidos o exercício da cidadania, no entanto, vem-se observando mudança neste cenário a partir de lutas e protestos dos movimentos em defesa dos direitos infantoadolescentes, tanto internacionalmente, quanto no Brasil. Desse modo, em vista da afirmação da cidadania destes sujeitos e a consolidação de políticas que lhes assegurassem seu exercício a partir da década de 1990, o presente artigo focaliza o direito ao protagonismo e à participação de infantoadolescentes, em vistas a responder se a escola possibilita um habitus para a cidadania e tem por objetivo: compreender, por meio de história de vida, como se configuraram o habitus para cidadania de sujeitos que foram protagonistas infantoadolescentes na escola ou em instituições de educação não escolar. Apoiamo-nos, em uma metodologia de natureza qualitativa, tendo como método a História de Vida, realizando entrevistas semiestruturadas em profundidade com três sujeitos. Por fim, concluímos que não apenas a escola, mas outras instituições socializadoras, quando não estão embasadas em modelos adultocratas, possibilitam a efetivação do habitus para o exercício da cidadania infantoadolescente.
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