Protagonismo estudantil e participação na escola secundarista em Pernambuco:
Entre o direito e a tutela
DOI:
https://doi.org/10.31416/cacto.v3i2.736Palavras-chave:
Protagonismo estudantil, direito à participação, direitos infantoadolescentesResumo
Este texto traz um recorte dos dados do projeto de Iniciação Científica intitulado “Participação e protagonismo estudantil na escola: o que diz o direito pronunciado?”, pretendendo comunicar, parcialmente, os dados levantados no âmbito desta pesquisa, sem esgotá-los, mas produzir uma reflexão crítica sobre a micropolítica escolar que reverbera a política educacional de participação e protagonismo proposta pelo estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo documental de caráter qualitativo situado em duas Escolas de Referência em Ensino Médio na cidade de Petrolina-PE, analisadas a partir da análise de conteúdo. Os dados documentais permitiram concluir que o direito pronunciado nas políticas educacionais do estado de Pernambuco, garante aos infantoadolescentes à liberdade, expressão e participação estudantil, mas é limitado em sua execução graças à mediação estabelecida por uma parceria público-privada que promove um modelo de protagonismo associados aos ditames do mercado. Assim, consideramos tal experiência como um protagonismo tutelado, voltado para o empreendedorismo e para inserção dos estudantes no mundo do trabalho.
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