O nome da rosa: análise dos embates filosóficos
DOI :
https://doi.org/10.31416/rsdv.v8i2.59Mots-clés :
literatura, filosofia, semiótica, nominalismo, pós-modernidadeRésumé
Este artigo discute como a filosofia é representa na obra O Nome da Rosa de Umberto Eco. Analisa o texto literário encontrando as filosofias medievais que estão nos discursos dos personagens explicitando como tais filosofias relacionam-se com teorias fora do ambiente do medievo. Foi pesquisado o texto do início da obra referente a chegada na abadia e o episódio do cavalo Brunello através do estudo crítico da literatura comparada. A análise do texto demostrou referências a semiótica de Charles Pierce; ao nominalismo de Guilherme Ockham; e a Buridano em relação a teoria da enciclopédia mundi. Permitiu ainda encontrar a analogia do mundo como um livro ou espelho referindo-se à Alan das Ilhas; as ligações com a nova ciência de Roger Bacon, os embates entre realismo e nominalismo, por fim, a referência a teoria da causalidade aristotélica. O resultado mostra que o texto literário surge como ferramenta para estudo de filosofia; primeiro como um texto que revela outros textos filosóficos; segundo como instrumento didático que através da verossimilitude torna mais acessível o mundo da filosofia.Références
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