Parto e poder
a supressão do empoderamento feminino na história obstétrica
DOI :
https://doi.org/10.31416/rsdv.v11i3.549Mots-clés :
História do parto, Medicalização do parto, Autonomia feminina, Parteiras, Intervenção médicaRésumé
O papel e a relevância da mulher na formação da sociedade são frequentemente ofuscados pela presença de uma narrativa patriarcal. Esse apagamento, que é evidente em várias áreas de atuação, como trabalho, educação e política, também se faz presente em histórias específicas das próprias mulheres, como o ciclo de gestação, parto e pós-parto. A partir desse cenário, este trabalho busca traçar uma linha do tempo na história do parto, pontuando o papel da mulher nessa narrativa, examinando como seu lugar foi suplantado pela presença masculina, representada principalmente pela entrada dos médicos na cena de nascimentos. Por meio de uma revisão narrativa, apresenta-se importantes marcos históricos do controle social sobre o corpo feminino, como a descrença por décadas na sua capacidade fisiológica de parir sem intervenções, a epidemia de cesáreas e a recente mudança de consciência em saúde, onde as mulheres estão novamente sendo incentivadas ao parto natural, como melhor escolha, mas não estão sendo preparadas para isso. Por fim, aponta para a importância da preservação do saber tradicional feminino sobre o cuidado como forma de resistência à essa supressão social, a necessidade urgente de uma educação para saúde que prepare física e psicologicamente essas mulheres, assim como equipes capacitadas e humanizadas para condução desses momentos.
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